A análise das interações e da formação da redes sociais no contexto educacional pode contribuir de maneira significativa ao trabalho pedagógico do professor, principalmente, no realizado à distância. Conforme aponta Dias et al. (2010), as redes dinamizam o fluxo e a construção de conhecimento, possibilitando a troca de experiências numa nova organização espaço-temporal.
Além disso, uma análise constante das interações dos alunos nas ferramentas do ambiente permite ao educador o ajuste da trajetória adotada, de modo a incorporar estratégias que priorizem os aspectos a serem aprimorados, como, por exemplo, a inclusão de alunos que se demonstrem distanciados.
Bartholomeu et al (2011) destacam que ao se considerar a estrutura de um grupo é possível observar a posição ocupada por cada um nesse contexto, além da constituição de suas relações, relações essas mais amplas para alguns e mais simples para outros. Dessa forma, “este núcleo de relações que representa as relações significativas na vida de uma pessoa foi denominado por Moreno (1993) de átomo social” (Bartholomeu et al, 2011, p.212). Moreno (1994) estudou as relações em um grupo através da Sociometria, que trata de um conjunto de técnicas para investigar, medir e estudar os processos de relação entre os grupos humanos, buscando compreender a dinâmica das relações interpessoais dentro dos grupos sociais. Para o autor, o padrão do universo social é invisível, mas os gráficos podem torná-lo visível. Assim, investiga as opções sociais e rejeições dos indivíduos dentro de um determinado grupo através de gráficos denominados Sociogramas.
Sociogramas são considerados representações gráficas das relações em um grupo de indivíduos (MORENO, 1994). Mais do que um método de apresentação, constituem um método de exploração, já que possibilitam a identificação de fatos sociométricos e a análise estrutural de um grupo.
É perceptível, a partir do sociograma, a posição ocupada pelo indivíduo no grupo e o núcleo de relações que se formam ao seu redor.
Ao procederem às suas escolhas, as relações recíprocas dos investigados são identificadas e apresentadas de uma forma que, de acordo com Moreno (1994), revela até o “invisível”. Mais do que um método de apresentação, os sociogramas constituem um método de exploração, já que possibilitam a identificação de fatos sociométricos e a análise estrutural de um grupo.
Entende-se, dessa forma, que estudos como de Moreno (1994) são de extrema importância para a análise das relações em cursos a distância em que, muitas vezes, o professor não conhece seus alunos. Além disso, é importante considerar que muitos desses alunos trabalham em tempo integral, possuem família e, algumas vezes, apresentam dificuldades em se manter nos cursos. Reconhecer, assim, as ligações que mais tentem a facilitar e auxiliar seu processo de aprendizagem, torna-se fundamental nessa modalidade de ensino.
Para saber mais sobre a formação de redes e como elas se fazem presentes no cotidiano leia: Linked: a Ciência dos Networks de Albert-László Barabási (2009)
