O indivíduo, desde o seu nascimento, está em interação com o meio. Iniciadas em âmbito familiar, as interações sociais são ampliadas, principalmente, no meio educacional, sendo importantes para a construção do conhecimento e para a preparação do sujeito para a vida em sociedade. Dessa forma, o processo educativo e as interações sociais estão intrinsecamente relacionados, já que cabe à educação a formação de cidadãos aptos a convivência social. As interações sociais, por sua vez, são essenciais para a aprendizagem, proporcionando espaços de confronto de ideias e de coordenação de diferentes pontos de vista.
Além disso, contribuem para o espírito de colaboração e para descentração intelectual, permitindo a reciprocidade e a cooperação entre os sujeitos. Nessa perspectiva, entende-se, a partir da teoria piagetiana, que a construção do sujeito ocorre a partir de sua interação no/com o meio; isto é, sua interação com o objeto de conhecimento e dele com outros sujeitos (PIAGET, 1973). Ressalta-se, assim a necessidade de atentar aos aspectos sociais na educação, em especial, nas práticas realizadas a distância.
Entre as principais tecnologias que dão suporte ao desenvolvimento da Educação a Distância, atualmente, podem ser destacados os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). Esses apresentam diversas ferramentas de interação, além de dispor de dados sobre os alunos que são de extrema importância para o professor, pois evidenciam o acesso, as formas de interação, o tempo de conexão dos mesmos, entre outras questões. Dessa forma, ao acompanhar esses dados, o professor tem a oportunidade de construir, adequar e direcionar sua prática pedagógica de forma a torná-la mais próxima das necessidades de seus alunos.
Esses ambientes de ensino e aprendizagem, utilizados tanto na modalidade presencial ou à distância, provocam diversos questionamentos, alguns deles relacionados às relações sociais.
A todo o momento surgem investigações sobre possíveis estratégias para a promoção e fortalecimento das relações humanas através de interações sociais nesses espaços, assegurando situações que propiciam a reciprocidade entre seus participantes. É importante, nesse sentido, compreender como as pessoas se relacionam e como esses relacionamentos formam redes sociais.
As redes sociais são formadas essencialmente por interações entre sujeitos, caracterizada pela flexibilidade e dinamismo na sua estrutura. Os laços, ou elos, que interligam os sujeitos em uma rede são vários, podendo ser familiares, de amizade, de afeto etc. Com a evolução das tecnologias digitais, em especial a internet, o conceito de rede social foi transposto para o virtual e, atualmente, quando falamos em rede social digital os exemplos mais comuns são os sites de relacionamento como o Facebook, Twitter etc.
No entanto, essas redes sociais podem ser observadas também em ambientes de ensino e aprendizagem, evidenciando as relações que são estabelecidas entre os participantes de uma disciplina ou curso. Compreender essas relações permite, ao professor, promover uma maior integração entre seus alunos, identificar os alunos que estão distanciados da turma, além daqueles que apresentam um comportamento mais ativo, sendo capazes de mobilizar e contribuir com as atividades de seus colegas.
Para saber mais sobre interações sociais na teoria de Jean Piaget leia Estudos Sociológicos (1973) e O Juízo Moral na Criança (1994).
