Diretrizes
As diretrizes são um conjunto de instruções, procedimentos, propósitos, normas ou indicações. Nesse sentido amplo, elas podem se referir tanto à legislação, mais precisamente à LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ou, ainda, fazer parte do institucional de uma empresa pública ou privada, envolvendo, também, a missão e a visão da instituição.
Em um contexto mais restrito aos interesses da gestão de cursos na modalidade a distância, as diretrizes são criadas e articuladas muito mais para proporcionar um direcionamento do que para fixar regras. Nesse aspecto, elas são necessárias tanto para os alunos quanto para os professores, uma vez que colaboram para o bom andamento do curso.
As diretrizes devem ser claras e objetivas e estar à disposição dos alunos para futuras consultas. Se o curso permitir tal abertura, é interessante discutir e até alterar as diretrizes, de maneira que se crie um consenso com o grupo a respeito do andamento geral do curso e de como ele deverá ser acompanhado.
Diretrizes e os procedimentos devem ser flexíveis, pois tudo o que é imposto e rígido demais não colabora para criar um espaço democrático como devem ser os da educação a distância.
Paloff e Pratt aconselham a não usar sempre as mesmas diretrizes. Para cobrir as diferentes questões de cada curso a distância, as diretrizes podem ser adaptadas com base no nível educacional dos alunos, no grau de estruturação que o grupo precisa e no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) que será utilizado (2004, p. 165).
Dentro dessa sugestão dos autores, algumas das diretrizes que podem ser consideradas em cursos a distância são:
1.Leitura – Criação de prazos para leitura dos textos.
2.Trabalhos – Definição de termos como formatação padrão; tipo de arquivo (txt, pdf, html, doc); número mínimo e máximo de páginas; para onde enviar ou postar os trabalhos; e critérios de avaliação.
3.Freqüência – Definição de critérios que avaliem a freqüência do aluno no AVA. Exemplos de critérios: número de acessos; número de postagens enviadas; e qualidade das inferências durante as discussões.
4.Avaliação – Definição dos instrumentos e critérios de avaliação nas funcionalidades assíncronas (Fórum, lista de discussão, correio eletrônico, etc) e síncronas (sessões de bate-papo, chat). Exemplos de critérios:
- Quantitativos: número mínimo de novas mensagens e/ou um número mínimo de comentários às postagens dos colegas;
- Qualitativos: mensagens e postagens sustentadas por argumentos ou que dêem início a novas discussões.
5.Vias de comunicação entre alunos e professor além das disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem – Disponibilização (ou não) de outros canais de comunicação.
6.Uso da Netiqueta (Etiqueta de comportamento da web) – Decisões quanto a aspectos como confidencialidade no grupo; civilidade; crítica positiva; ética e etc.
Estratégias
As estratégias são importantes porque, além de reafirmarem a abordagem do curso por meio dos aspectos didáticos, comunicacionais e tecnológicos, podem colaborar para a definição das diretrizes.
Assim, uma estratégia didática pode ser definida como um conjunto de ações planejadas e conduzidas pelo professor a fim de promover o envolvimento e comprometimento dos alunos com um conjunto maior de atividades. Nesse contexto, as estratégias didáticas devem possibilitar que o aluno se envolva nas atividades e se torne, de certa maneira, responsável por seu processo de aprendizagem. (VILLANI e FREITAS, 2001).
As metas educacionais e a metodologia do curso devem definir, dentro da estratégia didática, o tipo de recurso didático que será utilizado (animações, vídeos, imagens, textos, etc). Além disso, o material didático deve atender às necessidades e expectativas dos estudantes; ser organizado de forma que o aluno possa aprender sem a presença constante do professor; e, ainda, estar integrado aos meios tecnológicos escolhidos (possibilidades da plataforma e recursos que o AVA oferece).
A preocupação com o planejamento de ações e com o desenvolvimento de materiais didáticos deve ser acompanhada por uma preocupação com as avaliações. Estas devem ser diagnósticas e formativas, possibilitando, também, uma avaliação do curso. Os alunos, portanto, não podem ser avaliados tradicionalmente. A avaliação deve ser um processo contínuo em que é verificado o progresso dos alunos, o que não significa ter como único objetivo atribuir-lhes uma nota, mas também, por meio da interação, estimula-los a serem ativos na construção do conhecimento.
A interação possibilita também que elementos essenciais aos processos de aprendizagem a distância, como a colaboração e a definição de objetivos comuns, se desenvolvam. E é no sentido de planejar essas situações de interação que entram as estratégias de comunicação. Estas devem optar por sistemas de comunicação que combinem os objetivos pedagógicos da interação, as estratégias didáticas e os recursos tecnológicos.
Para tanto, existem nos AVA’s ferramentas de comunicação com diferentes fins. As ferramentas síncronas são utilizas nos casos em que se deseja desenvolver discussões com respostas imediatas, nas quais o aluno não tem tempo para pesquisar sobre o assunto abordado. Já o uso de ferramentas assíncronas é apropriado para situações nas quais o professor deseja que o aluno se aprofunde mais em um determinado tema.
A complexidade e a importância das estratégias didáticas e comunicacionais nos processos de ensino aprendizagem a distância exigem estratégias tecnológicas que lhes dêem suporte. Portanto, antes de escolher o AVA, é preciso compreender bem como se dão esses processos a distância, como se estabelecem as situações de comunicação mediadas por computador, e como as situações de aprendizagem podem ser planejadas de conformidade com o propósito técnico-pedagógico (Roncarelli, Mallmann e Catapan, 2007).
É preciso também pensar no acesso e domínio dos alunos às tecnologias. Deve-se disponibilizar tecnologias com as quais eles estejam familiarizados ou que possam aprender e dominar com rapidez e facilidade. Outros aspectos que podem ser levados em conta na escolha de um AVA:
Atender às necessidades impostas pelas estratégias didáticas e comunicacionais;
Atender a aspectos administrativos (boa relação de custos e benefícios);
Possuir boa navegabilidade;
Possuir uma interface intuitiva e fácil de utilizar tanto pelos alunos quanto pelos professores;
Possuir Design funcional, atraente e visualmente confortável;
Integrar várias linguagens e recursos multimídia;
Possibilitar acesso a diferentes fontes bibliográficas e webliográficas;
Possibilitar o acompanhamento do desenvolvimento do aluno;
Possibilitar visualização de acessos, freqüência e interações;
Possuir bom suporte técnico.
A escolha do AVA é um passo extremamente importante, pois o resultado pode comprometer a implementação e o sucesso de um curso na modalidade a distância. Contudo, não deve ser esquecido o fato de que um curso a distância não se faz apenas com tecnologias, as estratégias didáticas e comunicacionais são também fundamentais para o sucesso de qualquer processo de ensino aprendizagem a distância.
Portanto, para um adequado planejamento das estratégias didáticas, comunicacionais e tecnológicas devem ser observados os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância do Ministério da Educação.
A partir das leituras de textos e dos Referenciais de Qualidade do MEC, construa uma proposta de diretrizes para um curso a distância, incluindo: aspectos didáticos, comunicacionais e tecnológicos que deverão ser levados em conta por gestores e professores na elaboração da proposta.
Não esqueça de alguns critérios que devem ser levados em consideração, como:
Curso (Ead, semipresencial)
Temática
Público
Objetivos – geral e específicos
Uso de ambiente virtual? Qual(is)?
Funcionalidades do AVA ou outros recursos tecnológicos
Seleção e definição das equipes de trabalho – nomenclatura destas, profissionais necessários e metas a serem desenvolvidas
Disciplinas – ementa das disciplinas – organograma dos pré-requisitos
Metodologia – orientações voltadas aos professores que ministrarão as disciplinas
Avaliação – proposta e instrumentos