Debates acerca da abordagem das competências se fazem cada vez mais presentes no contexto escolar. A organização da sociedade, a busca por profissionais qualificados estão intimamente ligados às competências e ao capital humano. Paralelamente a isso, discussões sobre a função e o objetivo da escola são constantes: por um lado, defensores de uma educação emancipatória e crítica e, por outro, os que acreditam que a educação deve ser tecnicista e formar para o mercado de trabalho. Assim, velhos debates acerca da formação promovida pela escola vem a tona “afinal, vai-se à escola para adquirir conhecimentos, ou para desenvolver competências? Essa pergunta oculta um mal-entendido e designa um verdadeiro dilema.” (Perrenoud, 1999, p. 7).
Novos desafios relacionados à introdução da informática na educação e surgem todos os dias no cotidiano de professores e mediadores, que precisam estar atentos às demandas trazidas por seus alunos. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) estão cada vez mais presentes em sala de aula produzindo aos atores envolvidos uma nova relação com o saber e com a aprendizagem. Faz-se necessário assim, o desenvolvimento de uma série de competências apropriadas e específicas no uso dessas tecnologias, que dão suporte à novas formas de se apender e de se ensinar.
A UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação a Ciência e a Cultura, lançou, no ano de 2009, um programa que estabelece os Padrões de Competência em TIC para Professores. Nesse programa, são especificadas as diretrizes específicas para o planejamento de “programas educacionais e treinamento de professores para o desempenho de seu papel na formação de alunos com habilidades em tecnologia” (Unesco, 2009, p. 1). De acordo com o programa, os professores em exercício precisam desenvolver a competência que lhes permitira fazer com que seus alunos tenham oportunidades de aprendizagem com o apoio da tecnologia. Ainda de acordo com o programa, “as escolas e as salas de aula, tanto presenciais quanto virtuais, devem ter professores equipados com recursos e habilidades em tecnologia que permitam realmente transmitir o conhecimento ao mesmo tempo que se incorporam conceitos e competências em TIC.” Assim, as tradicionais práticas pedagógicas já não estariam oferecendo as habilidades necessárias para a capacitação de alunos, na sobrevivência da organização atual da sociedade.
As TIC, em simulações interativas em computação, recursos educacionais digitais e abertos e sofisticadas ferramentas de levantamento de dados e análise, oportunizam, assim, espaços propícios ao entendimento e desenvolvimento dessas habilidades e conhecimentos.
Referências:
PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: ArtMed, 1999.
UNESCO. Padrões de competências em TIC para professores: marco político. 2009a. Disponível em: .
Padrões de competências em TIC para professores: diretrizes de implementação, versão 1.0. 2009b. Disponível em: .
Padrões de competências em TIC para professores: módulos de padrão de competências. 2009c. Disponível em: .