Caracterização da Pesquisa

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A dimensão afetiva pode ser pensada em termos de traços ou estados (Rosenberg, 1998). Os traços refletem o modo como o sujeito se mostra ao mundo em função de sua reação aos acontecimentos. Dizem respeito à personalidade. Já os estados exprimem as respostas a um estímulo e podem ser classificados em estados emocionais (ou simplesmente emoções) e estados de ânimo. Ekman (1999) e Damásio (1996) classificam as emoções em primárias e secundárias. As emoções primárias foram amplamente discutidas por Ekman (1999) no que tange às diferenças culturais. O autor identificou seis emoções básicas (ou utilitárias): medo, raiva, tristeza, alegria, surpresa e aversão, que servem para garantir a sobrevivência humana; são encontradas em qualquer cultura, independentemente de raça, língua ou religião. Já as emoções secundárias ou sociais são adquiridas ou aprendidas a partir das primárias, conforme se vivencia uma série de situações cotidianas e seus desdobramentos.

Damásio (1996) apresenta a noção das emoções de segundo plano, de caráter ondulatório e difuso. Acompanham o sujeito por um período bem maior que as primárias e secundárias, muitas vezes observadas no comportamento não-verbal. Tanto as emoções afetam o processo de aprendizagem. Porém, as de segundo plano são as que mais influenciam na tomada de decisão. No presente projeto, utiliza-se o conceito de emoção de segundo plano,  tratada sob a designação de estado de ânimo; aqui definido como um episódio difuso, de baixa intensidade, de longa duração, sem causa aparente (Scherer 2005).  Compreende, de um lado, um processo cognitivo de valência positiva (estímulos atrativos) ou negativa (estímulos repulsivos). De outro, um conjunto estruturado de crenças, como a de experimentar, em futuro próximo, prazer ou dor.