O planejamento do jogo e o jogo do planejamento

(Darli Collares)


Este texto será organizado a partir da dinamicidade que a utilização de um jogo, concreto ou virtual, implica. O título “o planejamento do jogo e o jogo do planejamento” busca anunciar os caminhos que aqui serão traçados. Dessa forma, serão enfocadas ações interdependentes e, em muitos aspectos, indissociáveis tanto na perspectiva das ações docentes, ou seja, de quem propõe o jogo, quanto na de quem joga ou dinamiza o jogo.

Na perspectiva docente, um dos primeiros critérios definidores do planejamento é a intencionalidade do uso de um jogo. Isso abre possibilidades de antecipação de resultados que, distante de definir caminhos definitivos, coloca o docente no lugar curioso de quem quer saber como seus alunos acolherão o jogo proposto e definirão as estratégias ao longo de sua efetivação, e os alunos no lugar inquieto de quem é desafiado a conviver com os outros. No estudo sobre o desenvolvimento moral na criança, Piaget (1994), deixa em evidência o quanto o jogo contribui para o desenvolvimento da reciprocidade entre os parceiros, resultante do respeito mútuo, no qual a criança experiencia a necessidade de tratar os outros como gostaria de ser tratada, ou seja, torna-se capaz de se colocar no lugar do outro. A importância do papel do adulto, em especial do docente, pode ser inferida a partir do desenvolvimento da prática e da compreensão das regras. Saber ou aprender a observar e intervir construtivamente durante a realização de um jogo, torna-se o método mais eficaz na efetivação do planejamento de um jogo.