Muitas são as atitudes das crianças que demonstram o seu egocentrismo. Disputas por brinquedos, por exemplo, são freqüentes entre os pequenos e refletem o seu pensamento: eles não estão sendo egoístas ao se recusar a emprestar o brinquedo ao colega, mas ainda não são capazes de se colocar no lugar do outro e perceber que ele gostaria brincar com aquele brinquedo. Colocam a sua vontade acima de qualquer situação ou pessoa. No âmbito moral, a atividade lúdica possibilita o exercício da autonomia. No jogo, a criança aprende a tomar decisões, fazer escolhas e refletir sobre a realidade, construindo relações cada vez mais independentes e seguras, reduzindo a dependência do adulto. Crianças pequenas, de até 3 anos, ainda são muito heterônomas, ou seja, dependem da intervenção do adulto na maioria das situações. A partir dessa idade, aos poucos, a heteronomia vai dando lugar ao exercício da autonomia. É importante salientar que a criança não vai ser completamente autônoma, pois a heteronomia é frequentemente apropriada e muitas vezes inevitável nas relações adulto-criança.