Ao dividir os papéis em um jogo de “faz-de-conta”, por exemplo, frequente em grupos de crianças de 4 e 5 anos, a criança precisa aprender a negociar e, muitas vezes, deve “abrir mão” de sua vontade para que a brincadeira aconteça. Não é possível brincar de “escolinha”, por exemplo, se todos os jogadores optarem por ser o professor. Ao brincar em grupo com seus próprios brinquedos, as crianças também se desenvolvem socialmente. Ao emprestar ou pegar emprestado o brinquedo com o colega, a criança aprende a compartilhar e também se torna mais responsável, no momento em que deve zelar pelo brinquedo do colega. Ao jogar e interagir socialmente com seus pares, a criança começa a desenvolver a habilidade de se descentrar, ou seja, deixar de ver as situações somente do seu ponto de vista, num esforço de pensar uma situação levando em conta as necessidades de todos os envolvidos. Descentrar-se envolve a superação do egocentrismo, momento em que o indivíduo pensa somente em si mesmo. Esse egocentrismo é intenso em crianças de até 3 anos, diminuindo progressivamente, principalmente através da interação social com seus pares.