Atualmente, as crianças estão imersas em uma nova cultura da sociedade em rede. Os espaços e as relações infantis com o mundo mudaram, bem como seus brinquedos, seu “brincar” e suas formas de pensar e construir sua realidade. As experiências e vivências das crianças de hoje estruturam-se e se desenvolvem de maneira diferente que em qualquer outra época, devido às distintas expressões dos meios de comunicação. Com o advento da internet, a comunicação e a interação, através do meio virtual, tem se tornado mais presente em todos os aspectos na vida das crianças, redimensionando a função do seu universo imaginário.
Neste contexto, o ciberinfante possui mais possibilidades de compreender, na medida em que possui maiores possibilidades de criar na rede. A criatividade depende de fatores como a coordenação de hipóteses e a autonomia intelectual do sujeito. A diversidade de jogos informações e desafios, disponíveis na web 2.0, contribui para construção desta autonomia. A criança que joga mais coordena mais ações e consequentemente cria mais.
Logo, o computador pode ser explorado como um brinquedo, carregado de valores culturais e ativo, que responde à criança e permite novas conexões com o mundo. Assim, a apropriação desta linguagem ocorre como um jogo de troca de significações entre a criança e a máquina, no qual a criança é capaz de interagir de forma autônoma. As crianças criam novas formas de representação, regras de interação e de convivência próprias da virtualidade real e que utilizam as propriedades e as potencialidades específicas da natureza desses novos meios.
As escolas engessam cada dia mais a criatividade das crianças trazendo conteúdos prontos que são simplesmente transmitidos. Um ambiente virtual de aprendizagem baseado em web 2.0 pode permitir às crianças relações mais abertas com seu próprio saber e com isso trabalhar a partir de sua criatividade. A principal contribuição é a possibilidade de se trabalhar com conteúdos abertos, em que o próprio sujeito trilha o caminho da sua aprendizagem, tornado-se ativo neste processo.
Fica a questão: como podemos ajudar nossos alunos a serem cada vez mais criativos? Pois bem, sendo a criatividade um processo de ação do sujeito que cria uma novidade para si, abrindo novos possíveis e construindo novas estruturas. Cabe a nós, professores, proporcionar situações desafiadoras, que permitam às crianças criarem novidades e coordenarem ações.