Na Educação a Distância, o professor e o tutor possuem papeis fundamentais no processo de ensino e de aprendizagem. Dessa forma, se faz necessário repensar os objetivos educacionais e as atribuições destes atores diante da sociedade em rede, especialmente no que se refere as estratégias didáticas. Neste sentido, a construção de Modelos Pedagógicos para EAD pode contribuir para organizar e estruturar a prática docente. Behar (2009) define Modelos Pedagógicos como um sistema de premissas teóricas que representa, explica e orienta a forma como se aborda o currículo e que se concretiza nas práticas pedagógicas e nas interações professor/aluno/objeto de estudo.
O Modelo Pedagógico é composto pela Arquitetura Pedagógica (AP) e as estratégias para sua aplicação. Por sua vez, a AP possui os seguintes elementos de acordo com Behar (2009, p.25): (1) aspectos organizacionais (objetivos, justificativa, carga horária, público-alvo, organização do tempo e do espaço, definição de papeis); (2) aspectos de conteúdo; (3) aspectos metodológicos (atividades, formas de interação/comunicação, procedimentos de avaliação e a organização de todos esses elementos numa seqüência didática para a aprendizagem); (4) aspectos tecnológicos (definição do ambiente virtual de aprendizagem e suas funcionalidades, ferramentas de comunicação tal como vídeo e/ou teleconferência, entre outros).
A partir da construção de uma AP o professor pode elencar competências importantes a serem desenvolvidas por meio do seu planejamento pedagógico. Sob esse aspecto, o uso de competências pode ser aplicado visando uma formação integral dos indivíduos e auxiliando o professor a enfrentar situações-problemas que surgirem durante as práticas pedagógicas.
Zabala e Arnau (2010, p. 37) apresentam o conceito de competência como sendo a capacidade para realizar tarefas ou atuar frente a situações diversas de forma eficaz em um determinado contexto. Para isso, torna-se necessário mobilizar Conhecimento, Habilidades e Atitudes (CHA) ao mesmo tempo e de forma inter-relacionada.
O Conhecimento resulta de uma construção que ocorre na ação. Não há conhecimento sem a experimentação pelo sujeito. Este estudo entende o conhecimento a partir da visão construtivista de Piaget (1987) [26], conforme segue: “[...] o ponto essencial de nossa teoria é o que o conhecimento resulta de interações entre o sujeito e o objeto que são mais ricas do que aquilo que os objetos podem fornecer por eles”.
A Habilidade está relacionada ao saber fazer, há uma aplicação dos esquemas construídos e já rotinizados, o que agiliza a prática (Perrenoud, 1999). A habilidade é menos ampla que uma competência, uma vez que essa última necessita da reflexão sobre o contexto e a primeira já está incorporada à prática. Assim, as habilidades seriam tanto as que apresentam processos mentais/cognitivos como motores e técnicos (Perrenoud, 2001).
Entende-se que as Atitudes determinam como os indivíduos se posicionam em relação aos outros e aos acontecimentos. É em função delas que se avaliam sentimentos, comportamentos e escolhas. É um estado de prontidão organizado pela experiência, que exerce uma influência diretiva e dinâmica sobre as respostas de um indivíduo diante de determinados objetos ou situações (ALPORT apud TRIANDIS, 1971).
Com base na construção da AP indica-se que o professor deve relacionar as competências a serem desenvolvidas buscando através dos recursos tecnológicos elementos que possibilitem esse processo.
No entanto, a quantidade de informações disponíveis pela Internet de maneira fácil e rápida é muito ampla. Muitas vezes um indivíduo possui pouca experiência pessoal para realizar escolhas entre as várias alternativas de conteúdos que lhe são apresentadas. Assim, persiste a dificuldade de escolha pela grande disponibilidade de opções existentes.
Sendo assim, através da construção de uma AP o professor pode definir as competências que pretende desenvolver buscando o apoio de sistemas de recomendação que otimizem a busca de recursos educacionais com foco nas competências.
Referencias
BEHAR, Patricia. Modelos Pedagógicos em Educação a Distância. Porto Alegre: Artmed, 2009.
PERRENOUD. Porquê construir competências a partir da escola?, Porto, ASA. 2001.
PIAGET, Jean. O Nascimento da Inteligência na Criança. Suíça: Editora Guanabara. 1987.
TRIANDIS, Harry. Attitude and attitude change. New York: Jonh Wiley, 1971
ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed, 2010.
1- Realizar uma busca por sistemas de recomendação que posam auxiliar na indicação de materiais educacionais digitais.
2- A partir da AP indicada no mapa, faça uma análise identificando as competências, os quatro elementos da Arquitetura Pedagógica e por fim, faça indicações de materiais digitais que possam ser utilizados para complementar os recursos tecnológicos da AP. Se achar conveniente utilize os sistemas de recomendação que você encontrou na atividade 1.
3- Com base no mapeamento de competências abaixo, escolha uma das doze competências e busque objetos de aprendizagem que possam auxiliar no desenvolvimento desta.
Neste Módulo, muitos conteúdos e conceitos são também trabalhados em outros OAs já desenvolvidos pelo grupo. Por isso, para que você possa compreender melhor cada conceito, solicitamos que acesse os objetos de aprendizagem listados abaixo: