Autonomia

 

Conforme Peters (2001: 93-104), Moore delimita autonomia à autodeterminação dos estudantes, destacando que consistiria em um comportamento natural para adultos. Peters, amplia a abrangência do conceito de autonomia, destacando as dimensões a seguir sintetizadas.

 

Construto teórico:       Autonomia

Dimensões

                                                   Atributos 

Filosófica

Immanuel Kant queria libertar o ser humano de sua menoridade por culpa própria, levando-o a fazer uso de sua razão sem ajuda alheia. Para ele, a moralização tinha o primado na educação. Essa, porém, se quiser ativar a liberdade moral do educando autônomo, não pode ser prescrevedora e determinadora de fora, mas, sim, somente despertadora e doadora (Böhm, 1994, 365). Uma de suas sentenças que, quanto ao sentido, pode ser aplicada diretamente ao estudo autônomo é a seguinte: Quem educa pratica ações, cujo alvo é tornar-se supérfluo. Quem está sendo educado tem que aprender a fazer ele mesmo o que até então outros fizeram por ele.

Pedagógica

Os seres humanos não são mais objetos da condução, influxo, ascendência e coerção educacionais, mas, sim, sujeitos de sua própria educação. O ser humano é obra dele mesmo.

Didática

Estudantes são autônomos quando assumem e executam as funções dos docentes: eles mesmos reconhecem suas necessidades de estudo, formulam objetivos para o estudo, selecionam conteúdos, projetam estratégias de estudo, arranjam materiais e meios didáticos, identificam fontes humanas e materiais adicionais e fazem uso delas, bem como organizam, dirigem, controlam e avaliam o processo da aprendizagem.

Psicológica

Pode-se considerar estudantes como autônomos somente quando são participantes metacognitiva, motivacional e comportamentalmente ativos de seus próprios processos de aprendizagem; o estudo autônomo é componente de uma qualidade tipicamente humana: a ânsia de entender e regular a si mesmo.

Construto teórico de autonomia

Peters (2001: 97) realça: a proposta do estudo autônomo é conhecida há muito na teoria e na prática, está teoricamente elaborada e é praticada; em contraposição, os tradicionais procedimentos didáticos expositivos referem-se a um estágio passado da sociedade e são grosseiramente inadequados:

Em relação às universidades com presença isso vale especialmente para as preleções, em universidades a distância em relação aos cursos de ensino a distância preparados em detalhes. O estudo autônomo, ao contrário, parece corresponder às tendências do tempo e estar aberto para o futuro.”

Os estudantes que buscam cursos a distância para atualizar, qualificar e/ou complementar sua formação podem apresentar certas especificidades: maior experiência de vida e profissional; estudo em tempo parcial, paralelo a atividades laborais, sociais e familiares; busca de ascensão social; qualificação e idade média superior a dos estudantes de cursos regulares presenciais (Peters, 2001: 37-38).