PLANEJANDO
ESTRATEGICAMENTE...
O rompimento com a idéia
tradicional de trabalho como dever e obrigação, substituído esse por um novo
“fazer/viver” em que as atividades se mesclariam em lazer, jogos, estudo e
tarefas, num “ócio criativo” (De Masi, 2000), adequa-se também à educação no
mundo do século XXI. E esse processo torna-se viável por meio da utilização da
tecnologia digital em suas
múltiplas dimensões. Várias são as propostas de ambientes educacionais
disponíveis na rede e múltiplos os desafios que se apresentam, uma vez existente
o potencial da tecnologia telemática de ultrapassagem de limites,
rompimento de barreiras temporais, espaciais e estruturais, em que se criam,
manipulam e transformam informações construindo conhecimento. Explorar as
possibilidades do espaço virtual onde pessoas pesquisam, trocam experiências,
mudam comportamento, deveria implicar a exploração do ciberespaço pelo aprendiz, em seus diferentes
planos.
A
efetividade e eficácia de um programa de educação a distância deve considerar o
contexto social em que se insere. Em síntese, no que pertine à realidade brasileira
significa ter presente: dimensões continentais, necessidade de formação e
aperfeiçoamento profissionais insuficiente ou inadequadamente atendidas pelos
cursos presenciais, escassez de recursos financeiros e humanos. A gravidade dos
problemas sociais, denotada por uma das piores distribuições da renda, imprime
premência a ações inovadoras no campo educacional; entretanto, a crise fiscal
sinaliza com retração do aporte de recursos públicos na área social. Destarte,
faz-se necessário planejar estrategicamente cada proposta de curso a distância,
de forma a promover o alinhamento dos esforços de cada colaborador e de cada
estudante no processo de construção de conhecimentos mediado pelo computador. A
tomada de consciência em relação à missão institucional da entidade promotora do
curso e o mapeamento prévio e participativo dos recursos humanos, financeiros, e
tecnológicos disponíveis contribuirão para que se estabeleça uma visão clara
sobre a intensidade do diálogo a ser perseguida no curso, o nível de
estruturação a adotar, conciliando-os com o respeito à autonomia dos discentes,
sujeitos e agentes de sua própria aprendizagem.
O planejamento estratégico contribui para
tal desiderato, por corresponder ao conjunto de medidas a serem tomadas para
mudança do presente. Compreende um processo contínuo
de ações inter-relacionadas e interdependentes, isto é, o
planejamento não está relacionado somente a decisões futuras, mas estreitamente
ligado às implicações futuras de decisões hoje tomadas, como já dizia
Drucker (1962). De forma esquemática, conforme se vê no fluxograma que segue,
são três os passos fundamentais para qualquer planejamento
estratégico:
Figura 1: Fluxograma do
planejamento estratégico da EAD
No planejamento estratégico,
busca-se explicar e quantificar as metas definidas, em forma numérica, de forma
clara e objetiva. Com base nesses critérios, avaliam-se as condições externas e
internas, onde se salienta o conjunto de previsões feitas a respeito de
condições futuras no ambiente externo, uma vez que, caso não se possa
controlá-lo, a incapacidade para prever significa a incapacidade de planejar,
donde prever e preparar são palavras-chave
nesse momento.