A criatividade e a educação*

            A criatividade sempre esteve associada à educação e ao processo do aprender humano. Conceituada , em todas as escolas didáticas e pelos principais autores, o ato do criar e gerar novas ideias ,chamado criatividade ,sempre foi muito importante na produção e pensar humano e a criatividade é fundamental na formação do pensamento divergente e crítico e criador.

 A criatividade está ligada à essência da educação, pelo seu caráter multidisciplinar e transversal, podendo estar presente em todas as áreas do conhecimento ou mesmo mediando a relação entre estas áreas nas escolas. Este caráter aglutinador do ato criativo e criador se demonstra ao longo da história mostrando que muitos inventores produziram idéias e inventos, dando um caráter prático e usual ao ato de criar e do aprender criativo.

            A trajetória da educação é muito longa, mas a descoberta da criatividade como uma habilidade ou valência a ser desenvolvida é importante no ato de aprender, como fonte verdadeira de oferecer interações mais amplas nestes processos, mais maduras e duradouras.

“Se queremos promover a criatividade, precisamos encorajar a expressão espontânea, especialmente das crianças mais novas. Em certos momentos, deixemos que os alunos soltem suas idéias, à medida que lhes ocorram. Em vez de pintar, deixemos que eles por vezes rasguem papéis coloridos. Ou batam as coisas para descobrir-lhes o som ....Esqueça o mestre, por um momento, o critério de relevância e veja a diversidade que se pode encontrar.” [KNE 78, p.98]

A criatividade e a educação – importância

            Onde há relacionamento humano, estabelece-se um tipo de processo de aprendizagem que modernamente passou a se chamar de aprender. Afinal, que mistérios se escondem nestes processos usuais e naturais que estão presentes em experiências que remontam à própria existência da vida humana na Terra, onde mesmo os animais, de maneira instintiva é claro, já estabeleciam processos de aprender e chegando-se hoje a sistemas de inteligência artificial ou tutores inteligentes. 

            O que realmente marcou a história foram os processos cada vez mais aprimorados de comunicação, este fenômeno marcou também na educação. Claro que o processo do mudar na educação é mais lento e tradicional do que a evolução da comunicação. E muitas vezes, a educação e a comunicação servem a interesses políticos e sazonais desvirtuando os seus caminhos. Assim a sociedade vem evoluindo e tentando transformar as formas e métodos do educar, não apenas em relação ao aparato tecnológico, mas na ação pedagógica em sala de aula.

            Neste aspecto, uma das maiores contribuições nas discussões educacionais que vem tentando mudar métodos e formatos pedagógicos, e não apenas ferramentas, são os estudos a respeito do uso de técnicas criativas em atividades múltiplas ligadas a todas as disciplinas escolares ou mesmo em disciplinas da educação acadêmica universitária, lembrando que mais do que um conteúdo, a criatividade é um método, uma proposta pedagógica.

            Mas qual a importância do criar neste novo contexto de educação tecnológica, ou melhor, de formatos de educação mediada por máquinas ou computadores ?

            Talvez agora, mais do que nunca, é preciso desenvolver e oferecer a possibilidade de criar nos novos formatos de educação tecnológica. Com a evolução do homem e suas estruturas, ou mesmo, pelo uso freqüente de máquinas ou objetos tecnológicos mediando a relação do homem com o meio e até do homem com o próprio homem, é que vai estabelecer um ser mais criativo e portanto mais crítico, aderente às mudanças, da mesma forma com que os educadores devem conduzir e organizar a aprendizagem neste cenário de tecnologia. Sem a promoção desta interação criativa e das atividades de cunho vivencial e participativo, certamente, a evolução se dará para um modelo de sociedade individualista.

Criar neste novo contexto da educação é uma das formas de garantir a produção de idéias que irão mover o mundo na direção de outro passo evolutivo, tão obscuro hoje nos padrões sociais de relacionamento e ação em que se vive. Falando sobre o ensino aprendizagem, este deve se basear na declaração mundial sobre a educação da UNESCO: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros e aprender a ser enquanto objetivos prioritários. É muito importante não transformar a escola “num local de treinamento, mas um ambiente de formação do presente renovado que, sem desprezar as tradições, cria as bases das novas tradições para um novo futuro vislumbrado, mas já de certa maneira visualizado” [GAR 98, p.173].

* Texto de Max Haetinger  

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