Com o uso das ferramentas do computador, na perspectiva da criatividade proposta neste trabalho, o aluno tem a possibilidade de aprender através de um ciclo de imaginar, criar, brincar, compartilhar e refletir. Porém, para que isso ocorra, o professor também precisa tomar consciência do seu papel nessa sala de aula e como as ferramentas podem auxiliá-lo em sua prática pedagógica.

Os professores são imigrantes digitais e se diferem do aluno na medida em que suas relações com a tecnologia são mais limitadas. As crianças que estão na sala de aula interagem com o computador com uma naturalidade que espanta a grande maioria dos professores. Mas como essa relação professor-alunos pode contribuir para a construção de conhecimento de alunos e professores?

Mas, ao contrário do que se pode imaginar a priori, o principal, não é que o professor domine todas as ferramentas disponíveis na rede. Porém, o professor precisa saber como se constitui o conhecimento dos seus alunos e como eles o constroem. Becker (2001, pg 60), afirma que o trabalho docente alienado só poderá gerar um discente alienado. Portanto, é necessário que o educador compreenda o seu fazer, refletindo sobre os significados de sua ação pedagógica, em um movimento recursivo entre a prática e a teoria. Assim, a concepção epistemológica é a base da prática do professor, portanto, esta deve estar clara para ele. Uma pedagogia embasada na concepção construtivista de aprendizagem e desenvolvimento, procura desenvolver atividades que encorajem a experimentação, a brincadeira, a interação, o jogo, as representações, a construção de regras e valores, a cooperação, o respeito mútuo, etc. Isso pode ocorrer através das ações sobre os objetos, das interações interindividuais, dos desafios e problematizações tanto na sala de aula quanto no ambiente virtual. Havendo essa compreensão, o professor poderá apoiar a sua prática pedagógica nas relações, buscando esses novos meios de ser e de estar na escola.

Nesse sentido, imigrantes e nativos digitais podem trocar experiências e conhecimentos no ciberespaço, através de uma relação recíproca entre professor e aluno. Os ambientes virtuais de aprendizagem, por exemlo, contribuem para esta ação pedagógica enquanto espaços heterárquicos de comunicação e interação, encorajando professores e alunos a assumirem papéis ativos na constituição do fazer pedagógico.

Referências:

BECKER, F. Educação e Construção do Conhecimento. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001