Módulo 1 Aluno Zappiens: tempo de mudanças

A geração Homo Zappiens (Veen e Vrakking, 2009) caracteriza-se por uma não-linearidade no modo como lida com a informação e por ser colaborativa. No sentido oposto, com características configuradas desde o século passado, a escola tradicional é linear, não colaborativa e hierarquizada, espaço pouco interativo que oferece poucas fontes de informação. Já para esses alunos é mais fácil resolver problemas interagindo com múltiplas tarefas simultaneamente e acessando igualmente vários canais de informação. Assim, conseguem dividir sua atenção em diferentes atividades, mesmo que essa atenção tenha proporções diferentes para cada uma delas. Os Homo Zappiens interagem com fluência no meio digital, selecionando rapidamente seus próprios caminhos pelas diferentes fontes de informação e comunicação conforme suas exigências e necessidades e dando novo significado a partir dessa interação em rede.

Em uma perspectiva psicológica, o autor Prensky (2001) afirma que essas crianças são indivíduos que estão crescendo com a evolução da Web e da tecnologia em geral, e não conseguem compreender o mundo sem a utilização da comunicação em tempo real, configurando-se como Nativos Digitais. Em outras palavras, a tecnologia é totalmente incorporada no seu quotidiano, sendo utilizada como ferramenta útil nos estudos, na vida diária e como um poderoso espaço para o desenvolvimento das suas relações sociais, através da participação de comunidade virtuais.

No que se refere à produção da cultura por essas crianças, a mesma se constitui diferente de outras infâncias por se dar também em um meio digital globalizado. É o que Dornelles (2005) define como a Ciberinfância. Assim, pode-se dizer que os Homo Zappiens atuam em uma cultura cibernética global com base em recursos multimídia. Essa geração cresceu usando a tecnologia e descobriu o mundo por meio de uma variedade de canais de TV, jogos de computador, sites, blogs, telefones celulares, sabendo mesclar comunidades reais e virtuais e comunicando-se muito bem, pois o círculo de amigos tem agora um diâmetro geográfico maior.

As pessoas que irão trabalhar com os alunos Zappiens precisam conhecer suas características e saber que essa nova geração aprendeu a "cooperar em redes e negociar sobre as informações e confiança". Entretanto, percebe-se que essa geração necessita de esclarecimentos para a escolha de que caminho trará benefícios e para o uso reflexivo e autônomo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s). Nesse contexto, o papel do professor é trabalhar na escola com as estratégias e habilidades para lidar com todos os recursos tecnológicos disponíveis, visando a aprendizagem significativa e exploratória dos Homo Zappiens.


Saiba mais:

Outras Infâncias

Produzindo Infâncias

Ciberinfância


Referências:

DORNELLES, Leni Vieira. Infâncias que nos escapam: da criança da rua à criança cyber. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

PRENSKY, Marc. Digital natives, digital immigrants. On the Horizon, MCB University Press, v.9, n. 5, 2001.

VEEN, Wim; VRAKKING, Bem. Homo Zappiens – Educando na era digital. Porto Alegre, Artmed. 2009

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