Vários estudos vêm sendo realizados enfocando a presença social em ambientes de educação online a partir de diferentes perspectivas (JOYCE & BROWN, 2009, KEAR, 2010, WHITESIDE, 2007, ANDERSON, 2008).
Joyce e Brown (2009) sugerem o uso de redes sociais como ferramentas que aumentam a presença social, pois com a utilização de ferramentas já conhecidas pelos alunos, estes se sentem mais confortáveis para encorajar a interação. Apresentam diversas ferramentas que podem ser adicionadas a um ambiente virtual para potencializar a criação de uma comunidade virtual, como mensagens instantâneas, fórum, chat, além do uso de outras ferramentas de comunicação, como redes sociais, blogs, wikis e outras.
Kear (2010) apresenta um estudo sobre o conceito de presença social e sua relação com a formação de comunidades virtuais de aprendizagem. Ela entende que a presença social não é apenas uma característica do meio de comunicação, mas também está relacionada com a forma como os estudantes relacionam-se entre si. Baseado na revisão de literatura e na entrevista com estudantes, Kern (2010) destaca dois recursos que podem aumentar a presença social: perfil do aluno e ferramentas de comunicação síncronas. A autora ressalta, ainda, a importância de mensagens instantâneas (onde se vê os participantes que estão online) e da presença de perfis. Esses recursos possibilitam aos membros de um fórum, por exemplo, entender melhor a mensagem escrita, por entenderem quem é a pessoa, o que ela estuda, seus interesses, dentre outras informações.
Whiteside (2007), baseado nos estudos de Rourke et al. (2001) classifica a presença social em cinco categorias, conforme figura 1.
Figura 1. Modelo de presença social (Whiteside, 2007)
A associação afetiva refere-se às conexões emocionais no curso, envolvendo emoções. A coesão da comunidade representa o modo como os diferentes sujeitos percebem o grupo como uma comunidade. A intensidade das interações refere-se ao nível de interação entre os participantes. O conhecimento e a experiência envolvem o compartilhamento de experiências e recursos adicionais. O investimento do instrutor refere-se ao envolvimento do instrutor (professor ou tutor) na efetivação da comunidade.
Por sua vez, Anderson (2008) propõe um modelo para educação online que contempla dois principais atores humanos - alunos e professores - e suas interações com os outros e com o conteúdo. Essa interação pode ocorrer dentro de uma comunidade de investigação (community of inquiry) ou por meio de estudo independente. A proposta da comunidade de investigação constitui um modelo composto por professores e alunos, onde a aprendizagem ocorre por meio da interação entre três elementos centrais: presença social, presença cognitiva e presença docente, conforme figura 2.
Figura 2. Comunidade de investigação (ANDERSON, 2008, p. 223)
A presença social consiste nas interações que possibilitam ao sujeito o reconhecimento de si e do outro no ambiente, potencializando assim o sentimento de presença e confiança. A presença docente refere-se às ações que visam facilitar e direcionar os processos cognitivos e sociais, permitindo resultados de aprendizagem significativos pessoalmente e educacionalmente interessantes. Por sua vez, a presença cognitiva refere-se à capacidade dos alunos de significar e construir sua aprendizagem através da reflexão e do discurso sustentado.
Referências:
ANDERSON, T. Toward a theory of online learning. ANDERSON, T; ELLOUMI, F. (org.) Theory and Practice of Online Learning. Canada: Athabasca University, 2008, p. 33-60.
JOYCE, K.M., BROWN, A. Enhancing Social Presence in Online Learning: Mediation Strategies Applied to Social Networking Tools. Online Journal of Distance Learning Administration, Volume XII, Number IV, Winter 2009
KEAR, Karen. Social presence in online learning communities. Proceedings of the 7th International Conference on Networked Learning 2010. p. 541-548.
WHITESIDE, Aimee L. Exploring social presence in communities of practice within a hybrid learning environment. Doctoral dissertation, University of Minnesota, 2007.