Estratégias Pedagógicas com foco na interação social de idosos na
EaD
Sobre
Estratégias Pedagógicas com foco
na interação social de idosos na EaD
O material educacional digital (MED) EPi-EaD tem por objetivo
abordar temáticas como aspectos do envelhecimento, tecnologias
digitais, interações sociais, estratégias pedagógicas etc.
Para tanto, o público-alvo são profissionais que trabalham
ou tem interesse de atuar com idosos em Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA), através da EaD.
O MED é composto por três módulos:
Envelhecimento e EaD _
Apresenta as principais
características do envelhecimento
e os aspectos educacionais da modalidade EaD
Interações sociais _
Aborda algumas concepções
sobre interações sociais e ações para mediar
a comunicação entre idosos na EaD
Gerontecnologia _
Apresenta os objetivos e mediação,
indicados às principais tecnologias digitais e seus
possíveis benefícios para idosos
Os módulos podem ser acessados a partir de situações-problema
nas quais possui sempre duas possíveis estratégias pedagógicas
(EP) que podem ser adotadas. Assim, dependendo da EP escolhida
será apresentado um texto que fundamenta a escolha realizada,
com base em teóricos condizentes com a temática.
Em cada módulo também são apresentados materiais multimídias
complementares.
REQUISITOS TÉCNICOS DE
UTILIZAÇÃO
Para utilizar este MED é necessário que haja conexão à internet,
podendo ser acessado tanto através do navegador de internet do computador
como do smartphone e tablet.
Módulos
Selecione um módulo
Envelhecimento e EaD
O envelhecimento está cada vez mais em pauta nas discussões em diferentes áreas, seja
para compreender as mudanças biopsicossociais,
como também para discutir novas possibilidades educacionais e tecnológicas que possam beneficiar o
processo, como é o caso da Educação a Distância (EaD).
Case:
Silvia é uma idosa de 78 anos, viúva, que mora sozinha em um apartamento na
zona central de uma cidade. Ela passou por problemas graves de saúde,
decorrentes de uma alimentação não adequada por muitos anos, o que ocasionou
uma restrição de movimentos para caminhar.
Por esse motivo ela teve que recorrer
a vários médicos, os quais recomendaram uma readequação na alimentação, como
medidas que possam ser feitas na tentativa de amenizar o problema.. A sua filha,
que mora distante de sua casa, sugeriu que ela buscasse mais orientações sobre
alimentação saudável.
O que a filha de Silvia poderia propor para ajudar nesse processo de adaptação da
alimentação adequada?
A filha da Silvia ficou sabendo que um hospital estava ofertando curso presencial
sobre alimentação saudável para idosos. As aulas eram uma vez por semana no
hospital e contavam com geriatras que apresentavam assuntos relacionadas com a
temática. Contudo, por mais que o curso fosse interessante, o mesmo fica longe de
onde Silvia morava.
Ela levaria em torno de 2h para ir e depois mais 2h para voltar.
Além disso, como é inverno faz bastante frio e chove constantemente. Então Silvia
não se sente motivada para sair de casa, uma vez que tem receio de ficar mais
doente ainda.
Participando do curso presencial
O case apresentado mostra uma situação muito comum nos idosos do Brasil,
no qual possuem muitas dúvidas sobre como proceder para manter uma qualidade
de vida. Assim, a Educação pode contribuir nesse processo oferecendo cursos na
modalidade a distância (EaD) com profissionais de diferentes áreas que podem
auxiliar o idoso nos seus questionamentos.
A oferta de cursos presenciais para idosos tem aumentado em diferentes
áreas com variadas temáticas, no entanto, no que se refere aos idosos que
apresentem alguma dificuldade de deslocamento, seja por questões físicas,
cognitivas ou financeiras, essa modalidade não ampara. Nesse contexto, Bento
(2017, p.73) afirma que um dos pontos positivos que a EaD “trouxe é promover a
participação de deficientes físicos ou pessoas acometidas de algum problema de
saúde” que não possam se deslocar até os cursos”. Já Kearsley (2011), destaca
que a Educação a Distância proporcionou a mudança do formato do ensino, ou seja
do foco no professor, passando para o aluno, tornando este o responsável pela
organização dos estudos.
A Educação a Distância, nesse cenário, poderia ser um alternativa já que é
possível personalizar os materiais e estratégias pedagógicas de acordo com cada
especificidade do público mais velho. Assim, a EaD poderia atender as limitações
da personagem do case, pois esta poderia participar do curso de sua casa, não
colocando em risco sua saúde. Também poderia escolher os horários para participar
das aulas, tendo acompanhamento dos diferentes especialista disponíveis.
REFERÊNCIAS
BENTO, D. A produção do material didático para EaD. São Paulo: Cengage, 2017.
KEARSLEY, G. Educação on-line: aprendendo e ensinando. São Paulo: Cengage
Learning, 2011.
Silvia ficou sabendo que havia um curso on-line sobre alimentação saudável e que
poderia participar a distância. O curso era totalmente virtual e contava com uma
equipe composta por geriatras, nutricionistas e educadores físicos que
apresentavam o assunto, traziam atividades complementares e ficavam à
disposição para interagir na plataforma do curso, através de ferramentas de
comunicação.
Participando do curso EaD
O case apresentado aponta a importância da Educação a Distância e,
principalmente, da mediação e adoção de estratégias pedagógicas adequadas
nessas situações.
No contexto da Educação a Distância (EaD), ao longo dos últimos dez anos,
observa-se um crescimento acentuado do ensino e da aprendizagem, além da
consolidação de práticas com o intuito de levar a educação a todos os cantos do
país (ABED, 2018). A EaD traz a possibilidade de estudo a domicílio, o respeito ao
tempo e ao estilo de aprendizagem do aluno.
Na EaD o afastamento físico entre os sujeitos do processo educacional
tornam suas relações singulares. Os desafios para acompanhar o percurso de cada
estudante na modalidade a distância são grandes, desta forma, diferentes
estratégias precisam ser empregadas para incrementar os índices de êxito dos
estudantes em EaD (CÂMARA, 2016). Diante disso, acredita-se poder contribuir de
maneira significativa aos processos de ensino e de aprendizagem realizados com o
suporte de diferentes tecnologias.
Machado (2013) afirma que, para os idosos, a EaD surge como uma
possibilidade de educação continuada, disponibilizando diferentes temas,
favorecendo um engajamento em atividades educativas distintas. Nesse contexto,
também proporciona uma maior autonomia ao aluno, pois viabiliza que este escolha
os melhores momentos para estudo de acordo com a sua disponibilidade.
A participação dos idosos no contexto da EaD, promove a ruptura de vários
preconceitos sociais que dizem respeito à inclusão deste público junto às
tecnologias. Nesse contexto, outra consequência positiva da atuação dos idosos na
EaD é uma elevação da autoestima e autovalorização, ou seja, causando bem estar
pessoal.
Assim, incentivar a participação dos idosos na EaD adotando estratégias que
atendam suas necessidades específicas, pode ter maior relevância no seu processo
de aprendizagem já que possibilita contemplar as motivações intrínseca de cada
sujeito.
Referências
Associação Brasileira de Educação a Distância. Disponível em
http://www.abed.org.br. Acesso em 25/10/2019.
CÂMARA, K. M. F. Perfil dos alunos do curso de Pedagogia EaD do polo de Macau
da UFRN: desafios, vantagens e sucessos da aprendizagem. 2016. 41f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia a Distância), Centro de Educação,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Macau, 2016.
MACHADO, L. R. Construção de uma arquitetura pedagógica para
cyberseniors: desvelando o potencial inclusivo da educação a Distância. Tese
de Doutorado em Informática na Educação. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Porto Alegre, 2013.
Interação Social
A Educação a Distância traz muitos desafios, principalmente para o público idoso.
Case:
Margarida tem 70 anos e está muito feliz em participar como aluna de uma oficina
para idosos sobre sobre Plantas Medicinais. Inicialmente, Margarida sentiu
dificuldade em utilizar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da instituição de
ensino, mas depois de muita persistência aprendeu a manusear as ferramentas.
Durante as aulas, o professor propôs a realização de muitas atividades práticas e
também solicitou que todos se comunicassem pelo AVA, através de ferramentas
como fóruns, mensagens e “bate-papo”. A Margarida estava muito empolgada em
participar da oficina e enviou muitas mensagens para os colegas idosos. No
entanto, nas últimas duas semanas de aula a idosa se desmotivou, pois não obteve
respostas às suas mensagens e nem a participação da turma. Sendo assim,
começou a mandar mensagens cobrando maior interação e empenho dos colegas
idosos nas atividades propostas, criando inclusive um grupo no WhatsApp para
tentar aproximar os participantes.
Contudo, essa persistência de Margarida teve um efeito contrário, pois, muitos
colegas começaram a desistir por se sentirem pressionados com as mensagens
recebidas, inibindo a participação nas aulas dos idosos.
Analisando esse contexto, sendo você professor da oficina, quais dos
caminhos a seguir você escolheria para mediar essa situação?
Você como professor pode mediar de forma que os participantes idosos sintam-se
incentivados a realizar as atividades, ao invés de coagidos. Nesse caso o melhor
a fazer é aconselhar que Margarida desista da oficina. Participar de atividades
educativas é muito interessante pois pode oportunizar que idosos sejam o
protagonistas de seu próprio processo de envelhecer.
No entanto as atividades
devem ser significativas e trazer bem-estar aos participantes. Nesta situação, está
claro a falta de entendimento de Margarida em como interagir no AVA, no qual
deve assumir uma nova postura em prol de promover um melhor entendimento ou
convivência no ambiente virtual.
Isolamento Social
O case apresentado aponta que a forma de interação realizada não foi adequada, tendo em vista que a
situação levou muitos idosos a não continuar participando da oficina, e ocasionou afastamento da idosa com
relação aos participantes.
O isolamento social é considerado uma ameaça à saúde mental e física, principalmente no que se refere à
população idosa (FRANÇA; MURTA, 2014). Ao se afastar do convívio com outras pessoas, o idoso pode
desenvolver depressão, apresentar um comportamento de auto-negligência e demonstrar uma diminuição da
capacidade cognitiva e/ou física. Tais fatores podem contribuir para o agravamento do cenário de abandono
no qual se encontram muitos idosos atualmente chegando, inclusive, a levar à morte. Assim, constata-se que
o isolamento social é um conceito multidimensional, visto que alguns estudiosos o veem como equivalente à
solidão, enquanto outros afirmam se tratar de um fenômeno social e cultural (SAITO et al, 2010). Assim, o
isolamento social de idosos está atrelado não somente ao contato limitado com outras pessoas, ou falta
dele, como também pelas constantes mudanças sociais como é o caso da aposentadoria, saída dos filhos da
casa, mortes de amigos e familiares etc. (MELLOR; FIRTH; MOORE, 2008).
Portanto, adotar estratégias pedagógicas que possam maximizar as comunicações e, assim, possibilitar que
muitas interações possam ser realizadas nos ambientes virtuais de aprendizagem é cada vez mais pertinente
no intuito de evitar o isolamento social dos idosos.
Referências
MELLOR, David; FIRTH, Lucy; MOORE, Kathleen. Can the internet improve the well-being of the elderlt?
Ageing International, vol. 35, 2008, p. 25-42.
FRANÇA, L. C; MURTA, G. S. Prevenção e promoção da saúde mental no envelhecimento: conceitos e
intervenções. Psicol. cienc. prof. vol.34 no.2 Brasília Apr./June 2014.
Como a aluna idosa está com um postura muito impositiva, provocando uma
situação desconfortável na oficina, o melhor a fazer é sugerir que Margarida entre
em contato com você, professor, no intuito de conversar e resolver os
desentendimentos. Também é possível incentivar que Margarida exerça o seu
protagonismo, ao reunir os colegas e mediar uma conversa sincera entre os
participantes da oficina e o professor.
Nesse momento, todos podem expor seu
ponto de vista e como estão se sentindo frente à situação.
Tal atividade poderá
permitir que os envolvidos se coloquem no lugar do outro e entendam suas
necessidades, oportunizando o exercício da empatia. Após esse momento, é
possível incentivar que todos idosos participem na construção de uma espécie de
contrato pedagógico, no qual será definido os papéis de cada um e a atuação
esperada durante a oficina.
Interação Social
O case apresentado aponta a importância da interação e, principalmente, da mediação e adoção de
estratégias pedagógicas adequadas nessas situações.
Para Piaget (1974), a interação social se constitui por meio das relações estabelecidas de um objeto com
outro e com as pessoas. Assim, na perspectiva piagetiana, entende-se que as interações sociais, formam um
elo entre o sujeito-meio e assim fomentam discussões sobre o objeto de aprendizagem fazendo com que novas
estruturas cognitivas possam ser construídas (PIAGET, 2014).
As relações firmadas entre professor, aluno, objeto de conhecimento e meio representam aspectos essenciais
no ensinar e aprender. Essas trocas têm como funções preparar o sujeito para além da construção do
conhecimento, como o viver em sociedade. Nelas estão imersos os atributos afetivos e os processos sociais,
que condicionam profundamente os processos cognitivos (DAMÁSIO, 1996; PIAGET, 2014).
A interação em ambientes digitais é cada vez maior através das ferramentas de comunicação que podem ser a
partir de textos, áudios, vídeos, etc. No entanto, esse tipo de interação pode gerar diferentes
interpretações e, portanto, exige estratégias diferenciadas do presencial. Barberá, Badia, Mominó (2001,
p.164) as interações através das tecnologias digitais é “um conjunto de reações interconectadas entre os
membros que participam de um contexto" […] "no qual a atividade cognitiva humana se desenvolve de acordo
com os elementos que determina a natureza desse contexto [...]".
Diante disso, considera-se que o uso de algumas tecnologias digitais mediadas por estratégias pedagógicas
focadas no desenvolvimento das interações sociais com os idosos podem apresentar inúmeros potenciais,
entre eles a minimização da distância geográfica entre os envolvidos e maior convívio para aqueles sêniors
que possuem alguma dificuldade de locomoção, por exemplo.
Assim, adotar estratégias pedagógicas que possam auxiliar na mediação, considerando as limitações,
entendimentos e potencialidades dos idosos no virtual é necessário, principalmente nesse público que
possui um perfil heterogêneo e experiências de vida que influenciam diretamente a sua forma de interagir.
Referências
BARBERA, Elena; BADIA, Antoni; MOMINÓ, Josep. LA INCOGNITA DE LA EDUCACION A DISTANCIA. ICE-Horsori,
Barcelona, 2001.
DAMÁSIO, A. O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. VICENTE, D.; SEGURADO, G (Trad.). São
Paulo: Cia das Letras, 1996.
PIAGET, J. Relações entre a afetividade e a inteligência no desenvolvimento mental da criança. SALTINI, C.
J. P. e CAVENAGHI, D. B. (Trad.). Rio de Janeiro: Wak, 2014.
Gerontotecnologia
Apresentar os objetivos e mediação relacionados aos conceitos da
Gerontotecnologia, envolvendo algumas tecnologias digitais e seus possíveis
benefícios para idosos.
Case:
Antônio é um idoso de 65 anos que, ao longo de sua vida, nunca se preocupou em
cuidar da saúde, muito menos em realizar ações ou se preparar para as atividades
após a sua aposentadoria. Neste ano, Antônio se aposentou da empresa
metalúrgica na qual exercia o cargo de chefia.
Com essa mudança, Antônio ainda
não sabe o que fazer para aproveitar o tempo livre, no qual era preenchido com o
trabalho e atualmente fica a maior parte do tempo em casa, assistindo televisão.
Tudo parece bem, contudo, aos poucos, Antônio está começando a perceber que
está cada vez mais difícil enxergar e ouvir.
No entanto, ele não entende o que pode
estar acontecendo, pois utiliza óculos desde os trinta anos, mas o não se adapta ao
aparelho auditivo por achar extremamente desconfortável e doloroso, sem falar do
ruído que causa, por isso prefere não utilizá-lo.
Como cuidador, familiar ou profissional que atua com idosos nessa situação, você
considera mais adequado solicitar que Antônio faça novos exames médicos,
apenas para ver como está a sua saúde, e recomendaria que abandone o uso do
aparelho auditivo para que se sinta mais confortável, pois não tem sentido continuar
insistindo que ele o utilize, uma vez que não se sente bem com ele. Para resolver o
problema, basta trocar o televisor por um maior, já que o óculos não está
funcionando, e aumentar o volume do aparelho para que se consiga ouvir melhor.
Assim, Antônio irá continuar curtindo sua aposentadoria no conforto do seu lar e
fazendo aquilo que mais gosta.
O case apresentado mostra uma situação de velhice muito comum na sociedade, na qual uma parcela da
população idosa tem dificuldades de audição e visão, problemas que podem ser decorrentes do processo de
envelhecimento. Tais fatores impactam de tal forma que faz com que muitos idosos se isolem cada vez mais e
não sejam receptivos ao aprendizado de novos conhecimentos e das tecnologias digitais, como é o caso das
Smart TVs.
O envelhecimento é um processo heterogêneo e cada idoso possui suas próprias dificuldades e
potencialidades, decorrentes dos processos sociais, culturais e biográficos (NERI e PINTO, 2016).
Assim, é pertinente acompanhar esse processo e verificar quais recursos são mais adequados para cada
necessidade do idoso, bem como de seu interesse.
No entanto, é importante desenvolver ações que possibilitem transgredir as antigas estruturas sociais e
culturais relacionadas à velhice como frágil, sendo relacionado com doença, dependência e falta de
produtividade (MACHADO, 2015), possibilitando com que os sêniors reconheçam suas potencialidades de
participação social (OMS, 2005).
Assim, desenvolver estratégias pedagógicas que permitem atender as particularidades dos idosos é cada vez
mais necessária (MACHADO, BEHAR, 2015), seja para o uso das tecnologias digitais como computadores e
smartphones, como também para aqueles recursos do cotidiano como televisores, microondas e outros
eletrodomésticos que facilitam as atividades do dia a dia.
Referências
NERI, Anita Liberalesso. PINTO; Juliana Martins. Participação Social e envelhecimento. In: FREITAS,
Elizabete Viana de; PY, Ligia (Ed.). Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016. p. 1547-1555.
MACHADO, Leticia Rocha; BEHAR, Patrícia Alejandra. Educação a Distância e Cybersêniors: um foco nas
estratégias pedagógicas. Educação & Realidade, v. 40, n. 1, p. 129-148, 2015.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde, 2005.
Como cuidador, familiar ou profissional que atua com idosos, nessa situação, você
acharia o mais acertado aconselhar que Antônio faça novos exames médicos, a
fim de verificar como está sua saúde e se o grau dos óculos ainda está adequado às
suas necessidades. Também é preciso verificar qual é o tamanho do televisor e
trocar o aparelho, se possível, visando oportunizar um maior conforto visual.
Além
disso, seria recomendado ajustar a televisão para se tornar acessível, sendo
importante ensinar o idoso a manusear aplicativos e utilizar outros recursos de
comunicação, tais como telefone e computador, com o propósito de que Antônio
possa ampliar suas possibilidades de contato e interação com outras pessoas e,
com isso, ter outras oportunidades de ocupar o tempo livre de forma mais ativa e
saudável.
O case aponta que muitas tecnologias digitais podem auxiliar, como é o caso da televisão. Os televisores
mais modernos, conhecidos como Smart TVs, possuem recursos que podem contribuir para uma qualidade de vida
na velhice. Isso é possível graças aos recursos de acessibilidade das Smart TVs como, por exemplo, o guia
de voz, ajuste de contraste de cores e tamanho da fonte e dos ícones.
O aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento da população são fatores importantes, que
estão provocando mudanças na sociedade e principalmente na imagem que se tem dos idosos (ICL Brasil,
2015). Cada vez mais a imagem do idoso frágil e muitas vezes recluso, até mesmo acamado, vem dando lugar à
uma nova concepção na qual os idosos são protagonistas de seu próprio envelhecimento. Por isso, muitos
idosos têm cada vez mais se preocupado em encontrar formas de se manter ativo, seja participando de
atividades de lazer, educação, uso de tecnologias digitais ou entretenimento (KACHAR, 2010).
Nessa perspectiva, é preciso pensar em ofertar ações educativas capazes de contribuir para o
envelhecimento ativo, oportunizando com que os idosos desenvolvam suas capacidades e descubram novas
potencialidades (BOTH e PORTELLA, 2003). Assim, uma alternativa para isso é através do manuseio das
tecnologias digitais, como é o caso do computador, smartphones, tablets e Smart TVs, por exemplo.
As tecnologias digitais podem contribuir significativamente com os idosos, já que oportunizam novas formas
de comunicação para que a interação seja estabelecida, como é o caso das redes sociais.
Assim, desenvolver estratégias pedagógicas condizentes com essa nova realidade, na qual pôde-se aliar as
tecnologias digitais, é uma alternativa cada vez mais necessária para que os idosos se sintam incluídos
socialmente.
Referências
BOTH, Agostinho; PORTELLA, Rodrigues. Gerontogogia: uma proposta socioeducativa para idosos. In: BOTH,
Agostinho; BARBOSA, Marcia Helena S.; BENINCÁ, Ciomara Ribeiro S. Envelhecimento humano: múltiplos
olhares. Passo Fundo: UPF, 2003.
KACHAR, Vitória. Terceira idade e informática: aprender revelando potencialidades. São Paulo: Cortez,
2010.
ICL. Centro Internacional de Longevidade Brasil. Envelhecimento ativo: um marco político em resposta à
revolução da longevidade. Rio de Janeiro: ICL. 2015.
O interesse dos idosos em participar de cursos de inclusão digital cresce a cada
dia devido ao aumento e consumo de tecnologias digitais. Para compreender um
pouco mais sobre o tema, imagine que você está atuando com um grupo de alunos
de idosos e um destes, ao final da aula, comenta que tem interesse em se
aproximar do seu neto Pedro Henrique através do uso de ferramentas de
comunicação virtual.
Com base nesta situação, que estratégias pedagógicas você
considera possível para fomentar a interação social entre os idosos e seus
familiares através do uso de tecnologias digitais?
Registre essa estratégia pedagógica em um documento de texto e compartilhe
com seus colegas no Ambiente Virtual de Aprendizagem para discutir sobre o tema.
Repositório coletivo de ferramentas para interação social
É possível perceber que cresce, cada vez mais, as demandas de comunicação e
interação social através das tecnologias digitais, principalmente, dos dispositivos
móveis. Pensando nisso, você conhece ferramentas que possibilitem a interação
social?
Vamos analisar e criar um repositório coletivo de ferramentas digitais que sejam
adequadas para as interações sociais de idosos?
Escreva na tabela abaixo pelo menos uma ferramenta que você conheça, que na
sua percepção possa atender a esta demanda. Além disso, não deixe de
compartilhar essas informações com outras pessoas. Para isso, utilize alguma
ferramenta de divulgação que considere adequada, como por exemplo, fórum,
biblioteca, webfólio e etc.
Vamos lá?!
Créditos
Coordenadora:
Patricia Alejandra Behar
pbehar@terra.com.br
- Professora Titular da Faculdade de Educação e dos
Cursos de Pós Graduação em Educação (PPGEdu) e em Informática na Educação (PPGIE)
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
- Visitor Professor pelo Programa Fulbright no Teachers College da Columbia University (2018-2019).
- Link Currículo Lattes
- Mestranda em Educação – UFRGS
- Especialista em Docência no Ensino Superior – PUCRS
- Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos – UNIDERP
- Graduada em Serviço Social – UNIGRAN
- Link Currículo Lattes
- Pós-Doutora em Informática na Educação – UFRGS
- Doutora em Informática na Educação – UFRGS
- Doutora em Educação – UFRGS
- Mestre em Gerontologia Biomédica – PUCRS
- Graduada em Pedagogia – Habilitação Multimeios e Informática na Educação – PUCRS
- Link Currículo Lattes
Tássia Priscila Fagundes Grande
tpri.fagundes@hotmail.com
- Doutoranda em Educação – UFRGS
- Mestre em Educação – UFRGS
- Especialista em Psicopedagogia e TICs – UFRGS
- Graduada em Pedagogia – UFRGS
- Link Currículo Lattes
Jozelina Silva da Silva Mendes
jozelinasilvadasilva@gmail.com
- Doutoranda em Educação – UFRGS
- Mestre em Educação – UFRGS
- Especialista em Design Instrucional- SENAC
- Especialista em Informática Instrumental para a Educação Básica – UFRGS
- Graduada em Letras Português/Espanhol – UNISINOS
- Link Currículo Lattes
- Doutoranda em Informática na Educação – UFRGS
- Mestre em Ciências da Computação – UFABC
- Licenciada em Computação e Bacharel em Sistemas de Informação – UENP
- Link Currículo Lattes
Geanine Pereira Meira da Silva
ggeaninepms@hotmail.com