O DEBATE ACERCA DA EXPULSÃO SELETIVA PELA VIA DO LOCAL DE FALA
Última edição em: 2018-12-25 00:51:01

JÁ FAZ MUITO TEMPO QUE EU INSISTO NA MALSÃ EXISTÊNCIA DE UM "DISCURSO ÚNICO" QUE FORJA UM SENSO COMUM QUE SÓ TEM CONDUZIDO A DERROTAS.



Não é à toa que o conceito  do termo "LUGAR DE FALA" vem ocupando um espaço cada vez maior entre aqueles que se veem engajados na temática política, mas que se entendem sem voz. 


A partir da consciência de que calar alguém faz parte da disputa pelo poder, muito tem se falado sobre o conceito de "LUGAR DE FALA" e muitas polêmicas acerca do tema têm surgido. 


O tema : "LUGAR DE FALA" remete ao questionamento de quem tem direito à voz numa sociedade que tem como norma a adoção : do não reconhecimento da multipolaridade étnica ; das verdades sociais absolutas ;  da autoafirmação ideológica ; da cor da pele ; da questão de gênero ; da opção sexual ; entre outros fatores.


O conceito mais aceito de "LUGAR DE FALA" é uma forma de combater a exclusão e se faz importante para desestabilizar as normas vigentes.  


O conceito de "LUGAR DE FALA" detém importância àqueles que querem trazer / incluir a sua forma de se pensar no rompimento de uma voz única, com o objetivo de propiciar uma multiplicidade de vozes. 


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Talvez, as redes sociais não propiciem o real efeito necessário à completude do conceito de "LUGAR DE FALA", mas essas redes colocam pessoas em contato, provocando a interconexão de cérebros, sem desconsiderar que todos esses cérebros são diferentes entre si.


Cabe aqui reconhecer que a internet revolucionou a forma de como as pessoas têm acesso à comunicação.


Até onde isso vai, ninguém sabe, pois a internet é algo extremamente antiecológico e iniciativas tais como o YouTube são  manifestamente instáveis pelo gigantismo.


Mas se o tema é "LUGAR DE FALA", a sensação de democratização do pensar de cada um parece inconteste dentro da internet.

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Partindo de obras de feministas negras como Patricia Hill Collins, Grada Kilomba, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros, Sueli Carneiro, o aqui  indicado livro aborda a urgência pela quebra dos silêncios instituídos.


O livro discute o conceito de "LUGAR DE FALA" a partir de uma visão feminista de etnia negra.


Entretanto, o conceito trazido pela obra pode (e deve) ser aplicado a quaisquer grupos passíveis de discriminação social.


Explicando didaticamente, como o feminismo  negro entende o que é conceito de "LUGAR DE FALA", o livro também traz ao conhecimento do público produções intelectuais de mulheres negras ao longo da história. 


Patricia Hill Collins é um riquíssimo exemplo que debate o tema a partir de uma perspectiva que reconhece a grande contribuição crescente de mulheres negras, quando as mesmas  fazem o uso criativo de um histórico lugar de marginalidade, a fim de desenvolverem propostas de inclusão mútua , com base em teorias e pensamentos que reflitam diferentes olhares. 


Pensar e fazer pensar outros lugares de fala passa pela importância de se trazerem outras vozes,  que rompam com a história única.


O Que à Lugar De Fala?